Não faz assim,

não enlaça minha cintura de novo, é como eu disse, já deu meia noite, um dia inteiro se passou, e nada mudou. Não, pára, não continua com isso, você sabe que eu vou me entregar, e eu não quero isso. Deixa-me em paz, preciso me afogar. Está sendo difícil, me afogar em você é triste. Nem ligue pra eles, são banais, bestas, causam dor de cabeça, e pra mim já deu, há tempos tô tão cansada. Não, não entenda errado de novo. Você não me cansa, eu te amo. E por você, admito, me cansaria o que for. Então, relaxa, não me faça fazer cara de choro, eu não vou chorar, já disse. Sem problemas, é sua deixa, eu aguardo até a próxima eternidade, já disse, algumas horas a mais, a menos, não faz tanta diferença. Eu vou pra casa essa noite, contra vontade. Vou encontrar meu pai no carro e, como sempre, vamos brigar por besteira e vou chorar. Vou encontrar minha mãe com o maior sorriso do mundo e mais tarde pedir desculpas ao meu pai, que besteira de orgulho. Não queria ir pra casa viu, mas ao ver o sossego da minha cama, o meu computador e todas essas coisas que só me entediam, eu tive foi vontade de ligar pra você. Grande boca a minha, deixar os outros preocupados, que idiotice, deixa pra lá, relaxa, até outro dia. Está vendo aquele caminho? Vou te dar um conselho. Besteira é seguir ele, vai se perder, como tantos outros. Eu? Não, nunca fui por lá. Prefiro observar os idiotas tentando.