terça-feira, julho 28

No fim

ela era só mais uma adolescente perdida chorando suas mágoas com um alguém, não se apegava, liberava sua fúria e vivia calmamente. Frequentava a escola todos os dias, via as pessoas que mais a desagradava, durante a rotina surtava num silêncio esquisito. Não contava aos pais como aquilo tudo era um inferno, não sabia se tinha afeto ou raiva pelas coisas que entravam e saiam de sua vida. Quando lhe perguntavam o grande quê, o motivo de tanta desgraça, respondia que nada. Porque tanto ela, quanto eu, não temos idéia de onde surge tudo isso.

Ainda assim se denominava feliz e sentia prazer em viver até quando o vento soprava, congelava suas bochechas e seu nariz. Deitava na cama umas noite e dormia sem problemas, outras, sabia que não dormiria tão cedo, os problemas encucavam, deixando uma sensação ruim e quando parava pra pensar, nem problemas haviam. O que é que tornava tudo tão azedo? Nada. Ah, quanta contradição, deviam ensinar a essa adolescente, que isso se chama vida, e que morgar não levará ninguém um passo a diante. Ainda assim continua parada, sabe como andar, colocar um pé na frente do outro não é tão complicado afinal, porém só se move se o vento a forçar.

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