E mesmo toda contrariada

a menina dos olhos castanhos segurou o choro, agarrou o tal ombro e disse claramente.

"Você não entende?! Você é meu apoio. É em você que eu me apoio."

E então o coração da outra não sabia o que sentir, ela quis se fechar de novo, porque com aquilo ali, não sabia se podia lidar. As lágrimas da menina mancharam suas roupas e a fez lembrar de tantos outros que também já o fizeram. Fez-a pensar quando seria sua vez. Pensou em responder com uma mentira doce, dizer que também confiava nela, abraçar-lhe e ouví-la sempre que precisar, mas ela foi cortada com soluços e em breve uma frase.

"Mas toda vez que eu me aproximo, você me empurra. Você me afasta, como eu vou continuar andando se meu próprio apoio me afasta?!"

Era assim, no final, até ela a via sendo fria. Apertou as costas de quem chorava e mais uma vez ignorou toda a explosão. Resolveu usar desculpas. Contou-lhe mentiras sobre como era sua natureza, do jeito que as pessoas a procuravam, ela não entenderia, claro. Disse, por fim, que não iria mais se afastar. Deus, ela já a ouviu rogar a Deus por suicídio na madrugada do primeiro dia. Sabe lá o quão louca já acham que ela é. O quão louca acham que sou.