"Não adianta me ver sorrir espelho meu, meu riso é seu... Eu estou ilhada.
Hoje não ligo a tv, nem mesmo pra ver o Jô. Não vou sair, se ligarem não estou...
Amanhã que vem, nem bom dia eu vou dar, se chegar alguém a me pedir um favor eu nao sei...
Tá difícil ser eu, sem reclamar de tudo...
Passa nuvem negra larga o dia e vê se leva o mal que me arrasou,
Pra que não faça sofrer mais ninguém...
Esse amor que é raro e é preciso pra nos levantar, me derrubou
Não sabe parar de crescer
e doer..."
nuvem negra - Djavan
segunda-feira, março 26
quarta-feira, março 21
"Eu disse que estava tudo bem. Eu costumo dizer muito isso quando estou sob pressão, mas não sei até onde minhas mentiras conseguirão me levar... Aquela sensação... De tardes passando como segundos, sem nada a fazer, sobre reflexões sem mais nem menos, tudo aquilo, me leva a ações das quais não sou capaz de me previnir. Das quais não sou capaz de aceitar muito bem."
"Isso soa como se você estivesse indo pra tão longe."
"Talvez eu esteja, eu já não sei mais o que fazer."
"..."
"..."
(...)
"Me disseram que você tava tendo aulas de direção. Achei que era por isso que andava sumida."
"Ah, não se preocupe, eu estou sempre por perto, ainda acho que estou presa naquela sala vazia, dentro de uma casa vazia, sem valor algum."
"Hah, eu sempre olho pra você e vejo um enigma muito além da minha capacidade. Mas sempre acabo ridicularizando essa sua incapacidade de dizer o que pensa.
Eu sei o que te incomoda, sei mesmo. Sei das coisas que ecoam entre as quatro paredes vazias de sua cabeça, de como grita, chora e espernei para si mesma e quando o tempo passa em como você pensa: 'ah, faz tempo que eu não chorava por um motivo tão pessoal assim', e ai quando sentamos frente a frente, você deixa o silêncio vingar, seca suas lágrimas com muito esforço para que ninguém as ridicularize, olha para um canto, retira seu óculos e respira fundo, diz 'tá tudo bem' e é assim, está tudo bem, porque você sabe que é capaz de aguentar o tranco."
"No final do dia, e eu já lhe disse isso, é tudo muito simples: esse sofrimento sem fim vale a pena? Vale a pena me segurar e não revelar essas coisas? (...) Acho que você consegue ver a profundidade de minhas respostas."
"Achei que você gostava de ser uma pessoa simples."
"Eu gosto de dizer isso. Mas cada vez mais me sinto incapaz de concretizar tal afirmação. Nada parece tão simples quanto as pegadas naquelas noites no deserto sob o céu estrelado. Se lembra de por que elas cantam?"
"Isso soa como se você estivesse indo pra tão longe."
"Talvez eu esteja, eu já não sei mais o que fazer."
"..."
"..."
(...)
"Me disseram que você tava tendo aulas de direção. Achei que era por isso que andava sumida."
"Ah, não se preocupe, eu estou sempre por perto, ainda acho que estou presa naquela sala vazia, dentro de uma casa vazia, sem valor algum."
"Hah, eu sempre olho pra você e vejo um enigma muito além da minha capacidade. Mas sempre acabo ridicularizando essa sua incapacidade de dizer o que pensa.
Eu sei o que te incomoda, sei mesmo. Sei das coisas que ecoam entre as quatro paredes vazias de sua cabeça, de como grita, chora e espernei para si mesma e quando o tempo passa em como você pensa: 'ah, faz tempo que eu não chorava por um motivo tão pessoal assim', e ai quando sentamos frente a frente, você deixa o silêncio vingar, seca suas lágrimas com muito esforço para que ninguém as ridicularize, olha para um canto, retira seu óculos e respira fundo, diz 'tá tudo bem' e é assim, está tudo bem, porque você sabe que é capaz de aguentar o tranco."
"No final do dia, e eu já lhe disse isso, é tudo muito simples: esse sofrimento sem fim vale a pena? Vale a pena me segurar e não revelar essas coisas? (...) Acho que você consegue ver a profundidade de minhas respostas."
"Achei que você gostava de ser uma pessoa simples."
"Eu gosto de dizer isso. Mas cada vez mais me sinto incapaz de concretizar tal afirmação. Nada parece tão simples quanto as pegadas naquelas noites no deserto sob o céu estrelado. Se lembra de por que elas cantam?"
quinta-feira, março 15
Se lhe aceitar... Devo recusar todos os outros por não serem você?
Não entendo, é aquela mesma teoria repetitiva do preto e do branco.
Eu sei que acredito em Deus e em todos os outros absurdos que ecoam nas paredes de corações alheios.
Mas apesar de tanto saber... Não consigo te apresentar uma resposta concreta de meus sentimentos.
Não entendo, é aquela mesma teoria repetitiva do preto e do branco.
Eu sei que acredito em Deus e em todos os outros absurdos que ecoam nas paredes de corações alheios.
Mas apesar de tanto saber... Não consigo te apresentar uma resposta concreta de meus sentimentos.
quarta-feira, março 14
Eu só consigo te alcançar naquele deserto passivo tão longe de casa.
E ai sinto que somos nós mesmos, dentro de um ser que jamais aceita a hora de dormir.
Sempre que dou o primeiro passo, descubro o impossível, descubro que talvez nunca mais voltarei para onde estava, descubro que, talvez, nunca quisesse ter saído.
Mas também posso descobrir que odiava aquela inadequação.
E ai sinto que somos nós mesmos, dentro de um ser que jamais aceita a hora de dormir.
Sempre que dou o primeiro passo, descubro o impossível, descubro que talvez nunca mais voltarei para onde estava, descubro que, talvez, nunca quisesse ter saído.
Mas também posso descobrir que odiava aquela inadequação.
quarta-feira, março 7
Talvez a gente nem ao menos se conheça, nem ao menos tenha se cruzado pelas ruas desse grande mundo, então acho melhor começar do básico: eu sou meio retardada.
Talvez até um pouco infantil, mas com certeza indecisa.
E com grandes problemas de transmitir aquilo que realmente quero falar, é mais fácil chorar e chorar, as pessoas te abraçam e depois não perguntam mais como você está. Não que eu esteja reclamando, é bom ganhar tempo.
Mas o que eu realmente quero dizer... É que isso é difícil pra mim. Essas coisas de colocar tudo em primeira pessoas sem ser pelos olhos de um personagem muito mais completo e simpático que eu.
Na primeira saída eu arrumo minhas malas e preparo minha fuga. Deito a noite na cama e fico pensando e pensando e apesar de não bater com nenhum dos relatos que eu já ouvi, começo a acreditar que isso é o chamam de insônia.
Mas voltando ao ponto em que me auto-denomino de retardada, é simples, eu acabo complicando é verdade. Mas me sinto uma criança, sem ter capacidade de controlar meus sentimentos, sem saber ser triste na hora de estar triste ou feliz na hora de estar feliz. Os impulsos que sinto é tão forte, os pulos de sentimentos tão absurdos que acabo com aquela cara de taxo fazendo manhã em troco de nada. Eu sei que devia estar cansada, mas meu corpo grita "Pule, corra, viage através do mundo!" e quando deveria estar animada apenas penso "hora de abrir mais um livro e ir deitar no meu canto".
As coisas não estão certas, e quanto mais escrevo e releio por cima o que já despejei, começo a acreditar que as coisas realmente não estão certas. Mas sou uma pessoa otimista que tende a aceitar as coisas com muita calma e paciência. Eu não brigo por pouco, sou orgulhosa até contra minha vontade, mas acho que vale a pena.
Essa vazão de sentimentos sem fim que acabo depositando nos outros em forma de fé, ou que acabo engolindo como se fosse o mais amargo peixe do oceano.
Eu sou uma boa mentirosa, mas sei porque me apego tatno a figuras humanas que no final respeitam sua natureza. É de minha natureza ser carinhosa e me afastar pra ganhar tempo pra fugir.
É estranho pensar que vou reler isso tudo e concluir "como não consigo ser honesta nem comigo mesma?".
Mas parece que as coisas se encaixam cada vez mais e as decepções em relação a mim se tornam cada vez mais claras.
Faz tempo que repito: eu não nasci pra ser o orgulho de alguém.
Nem ao menos me esforçar pelos outros.
Mas tem essa coisa, essa coisinha na minha vida que significa muito e que eu luto contra o que for preciso, porque essa coisinha me ouve, noite e dia, não, ele não é a coisa mais paciênte do universo, mas por incrível que pareça a minha explicação acaba por "tem que ser com ele", é ele que eu quero que ouça sobre as façanhas do meu dia. Que me dê um pé na bunda, um balde de água gelada na cara e diga: "Vamos, chegou sua vez de cair no mundão."
Mas tem aquelas outras coisas das quais eu nunca pareço criar coragem pra falar.
E ai sussurro minhas palavras de desespero à Clarie, que são respondidas com imagens borradas de cenas tristes sobre como o mundo não mudou. O desespero que transcede esse corpo é assustador, mas continuo a ser a otimista.
Talvez até um pouco infantil, mas com certeza indecisa.
E com grandes problemas de transmitir aquilo que realmente quero falar, é mais fácil chorar e chorar, as pessoas te abraçam e depois não perguntam mais como você está. Não que eu esteja reclamando, é bom ganhar tempo.
Mas o que eu realmente quero dizer... É que isso é difícil pra mim. Essas coisas de colocar tudo em primeira pessoas sem ser pelos olhos de um personagem muito mais completo e simpático que eu.
Na primeira saída eu arrumo minhas malas e preparo minha fuga. Deito a noite na cama e fico pensando e pensando e apesar de não bater com nenhum dos relatos que eu já ouvi, começo a acreditar que isso é o chamam de insônia.
Mas voltando ao ponto em que me auto-denomino de retardada, é simples, eu acabo complicando é verdade. Mas me sinto uma criança, sem ter capacidade de controlar meus sentimentos, sem saber ser triste na hora de estar triste ou feliz na hora de estar feliz. Os impulsos que sinto é tão forte, os pulos de sentimentos tão absurdos que acabo com aquela cara de taxo fazendo manhã em troco de nada. Eu sei que devia estar cansada, mas meu corpo grita "Pule, corra, viage através do mundo!" e quando deveria estar animada apenas penso "hora de abrir mais um livro e ir deitar no meu canto".
As coisas não estão certas, e quanto mais escrevo e releio por cima o que já despejei, começo a acreditar que as coisas realmente não estão certas. Mas sou uma pessoa otimista que tende a aceitar as coisas com muita calma e paciência. Eu não brigo por pouco, sou orgulhosa até contra minha vontade, mas acho que vale a pena.
Essa vazão de sentimentos sem fim que acabo depositando nos outros em forma de fé, ou que acabo engolindo como se fosse o mais amargo peixe do oceano.
Eu sou uma boa mentirosa, mas sei porque me apego tatno a figuras humanas que no final respeitam sua natureza. É de minha natureza ser carinhosa e me afastar pra ganhar tempo pra fugir.
É estranho pensar que vou reler isso tudo e concluir "como não consigo ser honesta nem comigo mesma?".
Mas parece que as coisas se encaixam cada vez mais e as decepções em relação a mim se tornam cada vez mais claras.
Faz tempo que repito: eu não nasci pra ser o orgulho de alguém.
Nem ao menos me esforçar pelos outros.
Mas tem essa coisa, essa coisinha na minha vida que significa muito e que eu luto contra o que for preciso, porque essa coisinha me ouve, noite e dia, não, ele não é a coisa mais paciênte do universo, mas por incrível que pareça a minha explicação acaba por "tem que ser com ele", é ele que eu quero que ouça sobre as façanhas do meu dia. Que me dê um pé na bunda, um balde de água gelada na cara e diga: "Vamos, chegou sua vez de cair no mundão."
Mas tem aquelas outras coisas das quais eu nunca pareço criar coragem pra falar.
E ai sussurro minhas palavras de desespero à Clarie, que são respondidas com imagens borradas de cenas tristes sobre como o mundo não mudou. O desespero que transcede esse corpo é assustador, mas continuo a ser a otimista.
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