sexta-feira, outubro 29

- Tem alguma coisa errada.

A resposta explodiu em forma de gargalhada no escuro.

- É claro que tem algo errado! Já viu alguma coisa certa?

E mais gargalhadas.

Mas logo cessaram. Ela sabia que ele estava certo. Ele temia que talvez ela tivesse razão.

- Foda-se. - Respirou fundo. - Vamos terminar essa merda antes que tudo exploda.

- Você só fala.

Mais gargalhadas.

- Psiu.

E então ele sumiu. Tinha algum motivo praquilo tudo? Era realmente necessário.

- Quem pensa demais acaba morto.

As aparições repentinas, a essa altura da estrada, não lhe assustavam mais. Então apenas a ignorou e fez o que devia fazer.

Aquele cheiro de tripas e barro não a enojava mais, não a tirava o sono durante a noite. Não mias.

- Viu só, como as coisas são mais práticas quando você cala boca?

- Psiu.

Ela temeu de novo a certeza naquelas palavras e o silêncio retornou.

- Está feito novamente. - Observou sua obra, como sempre fazia após todo trabalho. - Quem dera fosse tudo tão simples.

- Se você calasse a boca, as coisas poderiam dar certo.

- Psiu.

Não era ela quem deveria calar a boca?

sábado, outubro 23

"Você é riacho
E acho que teu rio corre pra longe do meu mar
Mar marvado seria o rio
Que correndo do meu riacho
Levaria o que acho
Pra onde ninguém pode achar"

teatromágico!

quinta-feira, outubro 21

tudo bem, é o que eu tenho dito.


ainda bem que existe alguém pra me consolar, dos assuntos os quais você não quer ouvir.

você me ensinou que só existe "você". acho que eu entendi errado, só existe você pra mim? ou só existe você pra você?

tudo bem. como ela disse, foi só mais uma vez.

terça-feira, outubro 19

entrei furtivamente pela janela, ninguém poderia me ver. a porta do quarto como sempre, trancada, o silêncio reinava na casa vazia. observei o quarto apenas por alguns segundos e soube o que tinha de fazer.

tudo era igual.

deitei na casa, nenhum ruído quebrava o silêncio, puxei o grosso cobertor e olhei uma última vez para o teto, agora minha cabeça já estava coberta. não demorou muito e a escuridão do quarto se confundiu com a dos olhos fechados. não demorou muito e eu já não tinha consciência. pra sempre ali.

esperando alguém, dormindo bem.

sexta-feira, outubro 8

talvez não seja mais do que um dia de chuva


talvez, eu volte pra casa e a encontre vaiza, com estranhos deitados em minha cama


eu sumi?


eu desisti?


então porque todos já desistiram de mim?


não quero mudar enquanto todos permanecem iguais, não quero sentir or peso da culpa ou da traição ou da dor de ser tratada mal


mas se for o destino, o que eu faço?


se nem esperniar me permitem mais

quinta-feira, outubro 7


mais que um dia de chuva

domingo, outubro 3

oi primavera,

você está esquisita, mas me fez tanta falta. será que tudo vai dar certo? eu quero tanto que ele continue ao meu lado.