- Mãe, por que as coisas nunca parecem se encaixar? Será que eu perdi as peças que realmente importavam?
- Hum, não sei. Às vezes não era pra ser.
- As coisas podem ficar com espaços em branco?
- Acho que a maioria das coisas são assim. Acho que a maioria das pessoas são assim, vivem esperando que novas coisas e pessoas se encaixem nela. Não sei se já viemos com todas as peças.
- Assim parece que a gente já nasce dependendo de alguém.
A resposta a seguir foi um simples sorriso de que fiz questão de guardar, um sorriso que não me dizia nada sobre estar certa ou errada, era quase desafiador o jeito como sua boca se mexeu. E eu fiquei encarando a imagem na minha mente por anos e anos até perceber que eu me grudava naquilo.
- Outro dia parei pra olhar as estrelas.
- Tava perdido?
- Hum? Como assim?
- Ah sei lá. As pessoas fazem isso quando se perdem não fazem?
- Não sei. Mas foi engraçado, não olhava pra elas desde que... Acho que desde que eu era criança. Acho que vinha depositando minha fé no lugar errado. Mas talvez seja melhor eu mudar de assunto.
quinta-feira, setembro 29
quinta-feira, setembro 22
- Mas não tem mais o que dizer.
- Vai ficar quieta agora? Anda difícil pra você me olhar nos olhos. Ou até mesmo pra se levantar. Achei que você queria que as coisas mudassem que o mundo girasse. - E a determinação brilhava nos olhos da mulher, os seus passos pareciam cada vez mais seus, e eles ficariam marcados para sempre no deserto do coração daquela menina.
- Eu disse que esse lugar era sufocante.
- Quando você vai parar de me dar essas desculpas? Vai ficar assim até o mundo inteiro se cansar dessas falsas revoluções? - Os olhos verdes musgo e vazios da menina loira encaravam com medo e histação tudo que estava a sua frente. Não bastava o mundo, suas famílias, suas histórias e culturas, tudo ia engolindo ela aos poucos, até que não sobrasse nada, até que voltasse ao dia de sua morte. E ainda assim ficava comovida com a determinação da mulher que nunca se cansava de levá-la para cada canto do mundo. - Eu não vou desistir de você, agora levanta que a gente vai sair pra procurar.
Tudo continuava sem sentido, era como se as palavras ditas não combinasse com a cena e a realidade de cada organismo daquele contexto. Mas Clarie se levantou do chão e ficou na mesma altura de Sophie, ainda há pouco elas se encaravam com olhares tão distorcidos e distantes.
- Você continua olhando de cima para mim.
- É que você continua com as intenções erradas. - E pegou a garota pelos pulsos e começou a andar atravessando a ampulheta congelada (fato que a descongelou e os grãos de areia voltaram a cair) e iniciando a viagem pelo chão cheios de grama e fuligem sem fim.
"No cômodo abafado, de branquidão hospitalar
via-se um mar de rostos borrados tentando te acordar
Você zombava desse empenho, da proteção que eu ofereci
um demônio enfermo de quem eu não consigo me despedir" - Jair Naves
- Vai ficar quieta agora? Anda difícil pra você me olhar nos olhos. Ou até mesmo pra se levantar. Achei que você queria que as coisas mudassem que o mundo girasse. - E a determinação brilhava nos olhos da mulher, os seus passos pareciam cada vez mais seus, e eles ficariam marcados para sempre no deserto do coração daquela menina.
- Eu disse que esse lugar era sufocante.
- Quando você vai parar de me dar essas desculpas? Vai ficar assim até o mundo inteiro se cansar dessas falsas revoluções? - Os olhos verdes musgo e vazios da menina loira encaravam com medo e histação tudo que estava a sua frente. Não bastava o mundo, suas famílias, suas histórias e culturas, tudo ia engolindo ela aos poucos, até que não sobrasse nada, até que voltasse ao dia de sua morte. E ainda assim ficava comovida com a determinação da mulher que nunca se cansava de levá-la para cada canto do mundo. - Eu não vou desistir de você, agora levanta que a gente vai sair pra procurar.
Tudo continuava sem sentido, era como se as palavras ditas não combinasse com a cena e a realidade de cada organismo daquele contexto. Mas Clarie se levantou do chão e ficou na mesma altura de Sophie, ainda há pouco elas se encaravam com olhares tão distorcidos e distantes.
- Você continua olhando de cima para mim.
- É que você continua com as intenções erradas. - E pegou a garota pelos pulsos e começou a andar atravessando a ampulheta congelada (fato que a descongelou e os grãos de areia voltaram a cair) e iniciando a viagem pelo chão cheios de grama e fuligem sem fim.
"No cômodo abafado, de branquidão hospitalar
via-se um mar de rostos borrados tentando te acordar
Você zombava desse empenho, da proteção que eu ofereci
um demônio enfermo de quem eu não consigo me despedir" - Jair Naves
quinta-feira, setembro 15
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