quinta-feira, outubro 29

Oi pai,

eu vou matar a Lara depois de amanhã, achei melhor não dizer isso na mesa do almoço. Mas a sufocação gritou mais alto, em consideração não vou fazer tudo que tenho vontade. Se precisar, para consolá-los, até sigo aquilo que desejam.

"Se cada segundo de nossa vida deve se repetir um número infinito de vezes, estamos pregados na eternidade como Cristo na cruz. Que idéia atroz! No mundo do eterno retorno, cada gesto carrega o peso de uma insustentável leveza. Isso é o que fazia com que Nietzsche dissesse que a idéia do eterno retorno é o mais pesado dos fardos (das schweste Gewicht).
Se o eterno retorno é o mais pesados dos fardos, nossas vidas, sobre esse pano de fundo, podem aparecer em toda a sua esplêndida leveza.
Mas, na verdade, será atroz o peso e bela a leveza?
O mais pesado fardo nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão. Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o peso do corpo masculino, O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.
Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-real, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.
Então, o que escolher? O peso ou a leveza?
Foi a pergunta que Parmênides fez a si mesmo no século VI antes de Cristo. Segundo ele, o universo está dividido em duplas de contrários: a luz e a obscuridade, o grosso e o fino, o quente e o frio, o ser e o não-ser. Ele considerava que um dos pólos da contradição é positivo (o claro, o quente, o fino, o ser), o outro, negativo. Essa divisão de póços positivo e negativo pode nos parecer de uma facilidade pueril. Menos em um dos casos: o que é positivo, o peso ou a leveza?
Parmênides respondia: o leve é positivo, o pesado negativo. Teria ou não razão? Essa é a questão. Uma coisa é certa. A Contradição pesado-leve é a mais misteriosa e a mais ambígua de todas as contradições."

A insustentável leveza do ser

Então papai, por que o mar tem ondas? Vê como voltamos ao começo do ano sem nem nos mover?

quarta-feira, outubro 28

E pensar que é

tão fácil cair. Ouve, que esses dias eu não to pra ouvir, então escuta, mas escuta bem, e alimenta meu ego antes que a auto-estima caia e eu me perca nessa porcaria. Acho crítico chegar ao ponto "quero ficar em silêncio" de novo, mas é fato que permaneço bem. Então chega um pouco, não vou ouvir não, beijin. :S ~

segunda-feira, outubro 26

Preciso dormir;

Girl you gotta love your man
Girl you gotta love your man
Take him by the hand
Make him understand
The world on you depends
Or life will never end
Gotta love your man!

Não que incomode sentir as horas de sono pesarem sobre a cabeça, mas gostaria de ficar cansada de tanto dormir,

sexta-feira, outubro 23

É feia, mas é uma flor.

Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cizenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que triste são as coisas, consideradas em ênfase.

Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado. Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam pra casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

Carlos Drummond de Andrade


- mas o fê consegue ser melhor que ele, claro :D

quarta-feira, outubro 21

essa destruição

chamada vida, que nos arrasta pelos cabelos, cutuca nossos pés e nos faz querer viver cada vez mais. viu só o que eu disse? tá tudo bem, tudo bem. e eu que fiquei com medo da porta cair em cima de mim literalmente.'



'chove frio, bom pra ir ver o mar ou pra chegar do outro lado do rio. caminhar sem tom, quase como o vento. sem saber o sol que eu já não esquento. hoje eu vou contar as águas, andando de lado num brando inverno. mas tudo bem, eu posso não mais voltar, se for pra me enroscar nos teus marfins. e amanhã, se quem sabe abrir um sol ou caracol pra te fazer sorrir. pensando em pedaços de você sem o todo em mente pra esquecer. já não tenho olhos pra dormir, nem um só segundo pra sonhar. esperando o sol aparecer, fechando os meus olhos pra te ver, hoje o velho pálido luar amanhã não sabe mais chorar. Sempre inventando um bom jeito de ventar' ~

<3

terça-feira, outubro 20

Sing along!

Compramos horas de sono, amor próprio e tempo pra namorar. Alguém ai sabe onde vende?

domingo, outubro 18

Grande poderoso

domingo, nos chama para cama e diz que tanto faz, durmam, mais e mais. Amanhã é segunda, a correria da cidade parece tempestade, todos estão correndo, mais e mais. Ainda é domingo, repito. Vamos dormir mais um pouco, o amanhã a gente deixa pra depois. Meu corpo se desmancha, é hora de receber a inconsciência, sinto braços enlaçando minha cintura, já é um sonho?



eu verdejo, tu verdejas, ele me verdeja, nós fotossintamos, vós verdejais-me, eles verdejam?

não, não, tá errado. isso é só nosso, ouvi dizer que é algo meio alienígena.

quinta-feira, outubro 15

Fiquei meio confusa.

De quem é a culpa? o-o'

terça-feira, outubro 13

- Som do coração -

A primeira batida, não lembro pra quem foi, ecoou mais alto em minha cabeça do que na barriga de minha mãe. Mari, Mari, você tá viva? - Som do coração - Batidas e batidas vinham para lhe confortar, levavam a sensação de tudo dar errado pra longe. Ela vai nascer doente, são todos uns loucos. Mamãe ama papai, diziam os colegas da escola, papai é irmão de mamãe, é comum que eles se amem. Mas é esquisito que você seja filha deles. - Som do coração - Isso está ficando esquisito, tá saindo alto demais. Eu avisei. Ecoavam os berros da vovó pela casa. Eu a crio. Chega de aberrações nesse mundo. Papai se foi, disse mamãe uma vez, fugiu da vovó, dizem que se matou. Achei que fosse corajoso, se escutasse ao menos. - Som do coração - As batidas não paravam, lembravam à mamãe, à vovó e ao papai sumido que a cria desse amor andava por ai. Queriam saber até quando isso permaneceria, fonte de toda desgraça, ao menos pensava nos outros? Tum tum. - Batidas, batidas, era o coração? -

Isso bate diferente, vê? - Posiciona a mão no coração - Não bate. Bate sim, o som sufoca, traz lembrança a todos. - Afasta a mão - Ele se cansou, como se não bastasse, me arrasta todos os dias, me pergunto se ele não pensa em voltar a superfície. - Som do coração, som do coração - Gritaram outro dia na casa ao lado. Ouvi dizer que a menininha foi internada. Já viu aqueles olhos? Eles pulsam ao som do coração, não param, sabem de tudo. - Som do coração - Esse som não é meu. Gritou a voz lá no fundo. De quem é esse som que bate com tanta amargura. Ah, já estive aqui antes. É a barriga de quem gera. - Som do coração - Já os sinto mesclando, não há diferenças.

segunda-feira, outubro 12

A gente tenta

entender o desânimo e cai em profunda tristeza. Entendemos, deixamos passar várias coisas, tantas oportunidades. A gente tenta, tenta, tenta e entende, depois quer desentender.

Eu gosto é da sensação de saber que não controlo esses hormônios loucos, gosto de saber que não quero tentar controlar nada. Gosto é de você, não que alguém se importe, mas achei bom citar, sabe, eu gosto muito de você. /hum

sexta-feira, outubro 9

O pessoal

anda reclamando muito, por pouca coisa. Eu reclamo também, eu to cansada. Mas voltei a escrever, eu acho. Ou não, deixa quieto.

quinta-feira, outubro 8

Me sinto

idiota e trapaceada, quem foi que me fez assim?

quarta-feira, outubro 7

O professor disse:

"Que feio mocinha".

Que feio nada professor, sou burra e não tenho concerto, e mesmo que tivesse, duvido que estaria disposta a gastar o meu tempo com isso. Ai entra aquele papo estranho de "a vida é sua", mas quem a controla é papai e mamãe. Dizer besteira é fácil, se comprometer é que é complicado, talvez seja melhor ficar de bico calado, a relação aluno/professor é chata há tempos.

"não se esqueça de fazer,
tudo que pedir esse seu coração."

Encontrei a Cloe, a Clarie, a Jenny, a Mari e a Sophia hoje no sonho, foi tão bonitinho. Elas tava sentadas numa mesa redonda, discutindo sobre algo. Quando me viram pararam de falar e ficaram me encarando até o fim do sono. Que saudades dessas meninas.

terça-feira, outubro 6

Se tudo

concorda, pra que tanta excessão na língua portuguesa? Pra que uma língua falada e uma escrita, para que existe a culta se no fundo todos os hipócritas se prendem a coloquial? Se nos bares, teatros, cinemas, escolas, hospitais só ouvimos a língua falada por que nos prendemos tanto na culta a ponto de estudá-la durante anos na nossa vida? No fundo ninguém usa, mas é bom pra ter no currículo. Na hora, você não vai querer mostrar à alguém que você escreve gírias, o mais culto prevalece. Ridículo essa língua pouco decidida.

segunda-feira, outubro 5

Venha se perder

nesse turbilhão.
Não se esqueça de fazer
Tudo o que pedir esse seu coração.

Tem muita gente que só vive pra pensar;
Existe aquele que não pensa pra viver.
Eu, por exemplo, na paixão,
Mesmo que tenha que sofrer,
Eu abro o jogo e o coração
E deixo o meu barco correr.

Tem muita gente que não quer se complicar;
Existe aquele que não perde a sua fé.
Eu, por exemplo, meu amigo,
Pelo amor de uma mulher,
Eu viro a cara pro perigo
E seja lá o que Deus quiser.

domingo, outubro 4

E pensar

que amanhã é só segunda-feira.

quinta-feira, outubro 1

Vou contar

um segredo. Eu não faço idéia de quem é Cloe e porque diabos ela aparece nos meus pesadelos, ou melhor, porque raios o fantasma dela aparece nos meus pesadelos! Mas não desgosto dela, ela foi uma boa companhia entre às 2 da manhã até as 6:30, poderíamos repetir mais disso, contato que eu não acorde sufocando de novo, por um piano caindo na minha cabeça ou meu namorado deslisando sobre as rodas de um carro. Ok Cloe, isso foi meio cruel. Que tal se registrar no cartório agora?